segunda-feira, 22 de julho de 2013

Minha vida com minhas bicicletas

Minha ligação com a bicicleta vem de quando tinha uns 4 anos quando ganhei minha primeira bike que era meu primeiro grande sonho pois, por ser de família humilde e de poucos brinquedos, talvez uma bola e um carrinho de ferro comuns naquela época, uma bicicleta era algo incrível.

Lembro, como se fosse hoje, do dia que tive a grande surpresa de entrar em casa e ver aquela coisa linda, azul com rodinhas laterais. 

Rodinhas estas que insisti pra minha mãe retirar no meu primeiro "rolê" e que ela achou loucura mas teve que ceder graças a grande insistência porém, tive que aguardar um dia inteiro (como os problemas são grandes nessa idade) até meu irmão chegar a noite e fazer o serviço.

Nessa época os passeios limitavam-se a frente de casa (algum lugar entre São Miguel e Itaim Paulista, extremo leste da cidade de São Paulo).

Dois anos se passaram e nos mudamos para o bairro da Penha, ainda na ZL, mas com mais infraestrutura.

Ganhei minha primeira Caloi, uma berlineta (a foto abaixo é só por nostalgia), andava tanto que consegui quebrar o quadro. 

Nessa época passava fita isolante em todo o guidão pra disfarçar os ralados, também usava os pedacinhos de canudinhos coloridos nos raios, uma esponja no cubo, umas fitinhas que ficavam presas nas manoplas e pedaços de pote de manteiga encostando nos raios pra "imitar" barulho de moto... quantas saudades!




Anos depois, anos 80, a época dourada, ou pelo menos do alumínio, quando surgiram as Caloi Cross Extra Light... ainda não tínhamos muitas condições, mas com grande sacrifício de minha mãe que se esforçava pra satisfazer minha terrível insistência, veio minha Caloi Cross que era apenas Extra que diferenciava das Extra Light por não ter as lindas e caras peças em alumínio.



Curiosidades: 
1 - Procurando fotos na internet encontrei anúncios no Mercado Livre destas Extras Light de R$1.800,00 até R$6.800,00.

2 - No site da Caloi encontrei até o comercial da época, confidencio que fiquei emocionado.

Começaram a surgir as pistas de bicicross, pra minha felicidade e desespero de minha mãe, uma pista começou a ser construída no final da minha rua com um mutirão da molecada local.

Alguns ralados e roxos espalhados pelas mais diversas e intimas partes do corpo felizmente nunca tive nenhum osso quebrado, ah tah, só um dedinho do pé trincado num atropelamento poucos anos atrás mas isso fica pra um outro post.

Mais crescidinho, passada a febre das bike cross e sem idade pra ter habilitação queria alguma coisa mais próxima possível de uma moto, época que foi lançada a Brandani, que tinha, além dos amortecedores (tá bom, não chega nem perto de uma mobilete mas era o que tinha pra época), a novidade do freio contra-pedal.


Mais uma bike de R$1.800,00 no Mercado Livre. Ah se eu tivesse cuidado bem de todas elas!!! (provavelmente não teria aproveitado nada!!)

Depois dessa ótima fase na infância começa a adolescência, clube, skate e namoradinhas me afastaram um pouco das pedaladas mas alguns anos depois pra ter um pouco mais de mobilidade já que a vida ainda não era fácil (continua não sendo mas continuamos na batalha!!) consegui a F1 de todas as bikes, ela, o marco da migração de adolescente para homem de verdade (uou!!), a Caloi 10.


A posição de pilotagem sempre me instiga a andar no pau acelerado, talvez por isso hoje prefira as mountain bikes que aliam a praticidade de andar na terra e subir guias sem me preocupar muito com os cuidados que uma Speed necessita.

Mais uma pausa (a maior delas) nas pedaladas devido ao trabalho, mudança de Estado e mais namoradinhas até surgirem as Mountain Bikes mas ainda na necessidade de alguns deslocamentos sem ficar parado no ponto esperando ônibus pra ir pra faculdade. 

Veio então a bike que emprestei (mas juro que depois comprei!) do meu primo, outra Caloi Mountain Bike Aluminium


Já crescidinho mas com espírito de liberdade voltei a pedalar já nos anos 2000 e não parei até então.

Desde então assumi a bicicleta como meio de transporte oficial pra ir trabalhar mas querendo voltar a sentir a alegria de pedalar na terra comprei a Caloi SK21.



Me aventurando pelas trilhas fiz uma triste descoberta. Bicicleta boa e confiável não é barata, pra trilha então muito menos!!! Não se compra em supermercado tem uma infinidade de especificações, marcas, medidas, utilidades e como sempre preços.

Cansado de ficar na mão, ou pior, a pé em lugares distantes comecei a fazer os famosos UP´s (Câmbios e trocadores Shimano Alívio, VBrakes de qualidade, aros de parede dupla, etc).

Foi então que por uma "passagem" destas que acontecem na vida resolvi realizar um sonho que vinha desde a primeira bicicleta: Ver até onde podia chegar pedalando.

Apareceu então o cicloturismo que vou falar no próximo post.

Em uma trilha com a SK 21 arranquei a parte do suporte do câmbio traseiro... aprendi mais uma... bike boa tem gancheira substituível.

Como a passagem que estava acontecendo na minha vida não me permitia um grande investimento mas já apaixonado por uma bicicleta com suspensão na traseira, as famosas Full Suspension, optei por um quadro da GTS o S3.


Gostei muito do quadro mesmo sabendo que ainda estava longe de uma Full de qualidade.

Já tinha feito minha primeira viagem como verdadeiro cicloturista e já planejando viagens maiores resolvi investir numa bike própria pra isso (pelo menos pra mim!).

E a que atendeu todos os requisitos de componentes de qualidade e com um preço acessível foi a Sundown Team 5000 que apesar do meu preconceito (infundado como descobri depois) veio com componentes Shimano Deore, furações pra duas caramanholas e do bagageiro traseiro.


Nisso tive minha GTS S3 roubada no bicicletário do condomínio onde moro, e como o nome diz é condomínio que apesar de não ser responsável pelo furto até do seu carro, mas têm câmeras que mostraram o autor da proeza e que sua mãe num ato de extremo bom senso resolveu me ressarcir já que não era mais possível recuperar minha bike original.

Com esse dinheiro resolvi presentear minha esposa com uma bike na intenção de ter uma parceira nas pedaladas... não deu muito certo (matéria pra outro post). Dessa vez a escolhida foi uma bike que proporcionasse o conforto que ela não tinha andando nas minhas bikes e a escolhida foi uma Scott Contessa tamanho Small.


Nesse meio tempo surgiu o World Bike Tour São Paulo e eu gostaria de ter uma bike que pudesse prender no poste sem muita preocupação (perder uma bike é sempre uma preocupação!) nas minhas constantes idas ao Centro mais precisamente na Santa Efigênia que é bem na cracolândia.

Tudo bem que deve ser a única Caloi World Bike Tour com componentes Deore LX que existe. A da foto é a original. 


Como minha Sundown está servindo meus propósitos de transporte até o trabalho a configuração dela é extremamente urbana com pneus slick 1.5 e como não perdi o gosto pela terra e contato com a natureza resolvi pelo menos uma vez na vida me dar um grande presente... Uma Giant Anthem X4 29er.


É uma bike cara pra quem não é do metiê mas valeu a pena porque eu a trouxe de Miami e saiu menos da metade do preço daqui e isto inclui os impostos que paguei na aduana (quem sabe matéria pra um outro post). Daria pra pagar toda a viagem com o dinheiro que economizei.

Estou feliz com as bikes que tenho hoje mas quem gosta mesmo da coisa sabe que sempre mais um componente aqui, uma ferramenta ali e outro artigo de vestuário alí nunca faz mal!!

Todas as fotos exceto da Giant, da Scott e da Sundown encontrei no site do Mercado Livre.

















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